Os alimentos sem glúten engordam?


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Hoje, vou falar um pouco de como uma dieta sem glúten deve ser praticada e de alguns erros cruciais que se devem ser evitados. Como escrevi na semana passada, o diagnóstico desta intolerância alimentar nem sempre é fácil de confirmar e por isso é recomendável que esta seja avaliada por um especialista da área.

O aconselhável é excluir o glúten da tua alimentação pelo menos durante três semanas para eliminar totalmente a sua presença no organismo e verificar qual é a regressão dos sintomas durante esse período. Depois disso, podes introduzir o glúten novamente aos poucos para avaliar se os teus sintomas retomam e qual é a sensibilidade dependendo da quantidade de glúten ingerido.

Seja por uma questão de recomendação médica ou porque simplesmente achas que é sempre mais benéfico para a tua saúde, se optares por seguir uma dieta sem glúten deves ter em conta estas duas considerações muito importantes.

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1. Produtos processados sem glúten não é sinónimo de saudável

A substituição da tua alimentação por produtos sem glúten, principalmente quando estes são alimentos processados à venda nos supermercados, não significa que estes sejam mais saudáveis que os normais. Realmente estes são isentos de glúten, mas acabam por ter valores superiores de açúcar, sal e gorduras adicionados para manter o sabor e o aspecto igual aos produtos habitualmente com glúten. Exemplo disso é quando tentamos fazer em casa uma receita de pão sem glúten, normalmente este fica denso e pouco esponjoso, falta-lhe a elasticidade da massa conferida pelo glúten e o sabor característico do trigo. E normalmente na indústria alimentar esta situação é compensada com outros elementos químicos e processados ou pelo aumento significativo das suas quantidades que podem prejudicar a nossa saúde. Ou seja, por um lado reduzimos o glúten e eliminamos os seus sintomas nocivos, mas por outro aumentamos a ingestão de açúcares refinados e gorduras hidrogenadas pouco aconselhadas para o bem-estar do nosso organismo.

2. Aumento do consumo excessivo de hidratos de carbono com elevado IG

O mesmo acontece para a porção consumida em excesso de farinhas de milho, arroz, tapioca e batata que normalmente são as mais utilizadas para substituir o trigo, uma vez que estas não contêm glúten. Contudo, não nos podemos esquecer é que estas também têm um índice glicémico bastante elevado. Tal como nos alimentos anteriores, o seu consumo em excesso muito provavelmente vai contribuir para o aumento da gordura visceral do nosso corpo, sendo esta a gordura mais perigosa e difícil de eliminar do nosso organismo e a principal causa do aumento do risco considerável de doenças cardiovasculares. Por isso a ingestão destes cereais deve ser feita com muita moderação.

Imagino que depois de ler estes dois últimos parágrafos, a pergunta é, então afinal uma dieta sem glúten não é mais saudável? E se optar por fazer este tipo de dieta não posso consumir  os produtos processados sem glúten ou substituir  o trigo por outras farinhas alternativas?

Calma! Embora, a maioria dos alimentos sem glúten processados não sejam os mais indicados para o consumo diário, temos diversos hidratos de carbono naturalmente sem esta proteína que são saudáveis e fáceis de adaptar à nossa alimentação. Como é o caso da quinoa, as sementes e as leguminosas que também podemos utilizar em forma de farinha, assim como, optar pelo aumento do consumo de diversos legumes e frutos como substitutos naturais e mais saudáveis do que o trigo e seus derivados.

Da minha experiência e da informação que consegui aprender até agora, seguir este tipo de dieta não é fácil se a quisermos manter equilibrada. Principalmente no início, em que temos de aprender quais os alimentos mais indicados para o nosso caso e adquirir o hábito de os comprar, cozinhá-los de forma mais saudável e consumi-los em quantidades diferentes ao que estamos habituados a comer.

Mas também qual é a dieta supostamente saudável que não exige este esforço no início?

Acho que o mais importante é conseguir seguir uma dieta que valha a pena o esforço. Ou seja, que seja mesmo a mais indicada para o nosso caso e apresente melhorias contínuas na nossa saúde.

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