No artigo anterior fiz uma breve introdução sobre a minha alimentação e as questões que me levaram a procurar e a definir o que é uma alimentação saudável?
Falei-vos da importância que as necessidades nutricionais têm para o nosso organismo e como isso fez-me deixar de estar tão focada em contar calorias ingeridas e gastas, para adoptar uma filosofia sobre a comida mais preocupada em fornecer os nutrientes essenciais ao nosso bem-estar.
Hoje, quero explicar-vos melhor esta minha filosofia, a qual se baseia em três factores que considero os mais importantes para a nossa nutrição diária e que nem sempre são tidos em conta na nossa alimentação.
Factor #1 – Alimentação Diversificada
“Ter uma alimentação que seja a mais variada possível”
Passei a compreender melhor a importância deste conselho chave da nutrição. Pois ao optarmos por fazer do nosso prato um “arco íris” estamos a potenciar o consumo de diferentes nutrientes essenciais ao nosso organismo. Principalmente, se tivermos como base os alimentos de origem vegetal, porque são ricos numa enorme variedade de fibras, vitaminas, sais minerais e gorduras mais saudáveis.
Realmente não é fácil ter este cuidado com a vida atarefada que temos actualmente, mas se fazermos o esforço de incluirmos pequenos novos hábitos como aumentarmos o consumo de vegetais e legumes nas nossas refeições diárias, acho que será já uma grande mudança. Existe uma variedade enorme que podemos escolher e combinar com as receitas que normalmente realizamos, e em muitos casos vai valorizar ainda mais o seu sabor.
Por outro lado, uma alimentação diversificada não significa que podemos comer de tudo sem termos cuidado com as quantidades que ingerimos diariamente. Pelo contrário, deve-se ter no mínimo em conta as recomendações nutricionais actuais que sugerem a ingestão dos seguintes valores percentuais:
Tabela retirada do manual “princípios para uma alimentação saudável” da Direcção Geral de Saúde.
Claro que estes valores variam para cada individuo dependendo do seu modo de vida e actividade física, mas o importante é relembrar que as nossas necessidades nutricionais passam por um consumo reduzido dos açucares e a presença relevante das gorduras e hidratos de carbono “saudáveis” nas nossas refeições diárias.
Sim quando refiro aqui “saudáveis”, estou a falar de gorduras e hidratos de carbono naturais e preferencialmente de origem vegetal.
Evitem uma alimentação com base maioritariamente em alimentos processados, pois estes até podem ser reduzidos em açucares e gorduras más , mas infelizmente também são reduzidos em nutrientes essenciais ao teu corpo.
Factor # 2 – Intolerâncias Alimentares
A alimentação diversificada não só complementa as nossas necessidades diárias, como também evita o aparecimento das chamadas intolerâncias alimentares e digestivas. A maioria destas intolerâncias são resultado de um consumo diário excessivo desses alimentos para além do que o nosso corpo está desenhado a suportar, principalmente aqueles com um sistema digestivo mais sensível a determinados alimentos propensos à inflamação.
Se examinarmos bem a nossa alimentação diária, verificamos que podemos estar a ingerir inconscientemente quantidades absurdas de açúcares, gorduras processadas e glúten escondidas em refeições e alimentos perfeitamente comuns na nossa dieta mediterrânica.
No meu caso, tomei consciência que em muitas das minhas refeições diárias incluíam na maioria das vezes trigo e lacticínios. Esta saturação acabava por reflectir-se no meu sistema digestivo que ficava inchado e demasiado sensível. A redução do seu consumo, bem como o aumento da variedade de outro tipo de alimentos ingeridos permitiu-me controlar melhor esta sensibilidade digestiva e evitar sentir-me sempre indisposta no final das refeições.
Factor # 3 – Alimentar as nossas Autodefesas
“Não coma nada que a sua bisavó não achasse que era comida”
Michael Pollan
Finalmente, percebi que o nosso corpo desde que seja alimentado com os nutrientes que precisa, tem uma capacidade extraordinária de se prevenir, auto medicar e resistir às agressões adversas do exterior. Ou seja, comecei a ter mais atenção aos sinais que este me fornecia, como por exemplo a sua vulnerabilidade à fadiga e a sua fraca auto-imunidade que se agravara nestes últimos anos.
Pesquisei sobre estes sintomas e encontrei diversos testemunhos de como uma mudança na alimentação e o cuidado pela preferência de alimentos naturais e não processados podiam ajudar o nosso organismo a eliminar inflamações e a aumentar as suas autodefesas. Posso dizer que além dos meus problemas digestivos, a redução de produtos processados e açucares permitiu-me aumentar a minha resistência às viroses da época, e diminuir os meus casos de dor de cabeça e falta de energia.
Resumindo, entendi que o meu bem estar diário passa por ter em conta estes factores, nomeadamente a diversificação da minha dieta alimentar e a redução dos açucares e da comida processada.
Não quero com isto dizer que devemos banir de vez todos os alimentos menos saudáveis e seguir uma dieta rígida e restrita.
Pelo contrário, no meu caso tem sido um processo gradual na criação de novos hábitos e a descoberta de novos sabores e propriedades nutricionais surpreendentes.
Se continuo a consumir produtos menos aconselhados?
Sim, ocasionalmente, mas pelo menos agora sei quais os seus efeitos no meu organismo e quais os limites que tenho de impor. E não estou só a falar das imensas calorias que contêm, como também dos problemas digestivos, de pele e humor que me podem originar.
Mas estes são alguns dos princípios e questões que continuarei a expor aqui nos meus próximos artigos …
E vocês, o que acham destes princípios? Aplicam algum deles ou têm alguma regra que acham importantes na vossa alimentação?
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